Há mais de um mês trabalhando, há mais de um mês sem receber. Essa é a situação de mais de 200 servidores temporários da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), contratados pelo Governo do Estado para suprirem as carências de pessoal na Instituição.
Aprovados em concurso público realizado em abril, os trabalhadores assumiram funções na Uespi em junho. Estão lotados nos campi da capital e do interior do Estado. Somados aos servidores efetivos, bolsistas e terceirizados, eles são responsáveis pelo funcionamento das engrenagens administrativas da Uespi.
Na manhã desta terça-feira (13), ao serem informados que não há previsão de quando o salários e os vales-transportes atrasados serão pagos, cerca de 70 desses temporários - todos lotados no campus Poeta Torquato Neto, em Teresina - paralisaram as atividades. A intenção é cobrar respostas.
“Já deram várias desculpas pra explicar esse atraso. Queremos saber realmente o que está acontecendo”, fala a servidora Rosiane da Silva, que não esconde a frustração com o problema. “A gente passa em um concurso, faz planos para o dinheiro que vai receber e não pagam nada. É frustrante”, desabafa.
Os estudantes contratados pelo programa Bolsa Trabalho também estão sem receber, mas há quatro meses.
Verbas insuficientes
Ao falar sobre o atraso de salários, o vice-reitor da Uespi, Nouga Cardoso [foto ao lado], é sincero. Diz que esse e várias outros problemas estão relacionados a escassez de recursos destinados para a universidade. Então a Uespi não tem recursos para bancar suas despesas básicas? “Infelizmente é uma demanda antiga. E o que nós recebemos, de acordo com o que é estabelecido em lei, não tem dado para a universidade cumprir com suas obrigações”, responde.
O fato do financiamento da Universidade Estadual não ser o ideal faz surgir vários aspectos negativos. Não permite, por exemplo, a contratação de um corpo docente e de técnicos efetivos e o investimento na infraestrutura dos cursos. “Tudo isso prejudica as atividades de ensino, pesquisa e extensão”, avalia o vice-reitor.
Além disse, contribui para a fixação de uma imagem incômoda. “É chato essa imagem de que a Uespi é caloteira. Essa imagem deve ser retirada, porque a instituição não paga ninguém. Quem paga os serviços prestados à universidade é o governo e nós jamais seríamos irresponsáveis de contratar serviços sem a devida anuência ou compromisso do Governo do Estado de honrar esses compromissos pós-prestação do serviço. A Uespi prescinde de investimentos e precisaria estar na pauta de prioridades”, desabafa.
Paralisação
Reunidos em frente ao Palácio Pirajá, sede administrativa da Uespi, os servidores temporários tentavam se organizar. Mobilizar quem está na mesma situação para tentar reagir. Após um rápido debate, decidiram esperar mais uma semana, na esperança de que a situação seja normalizada. Caso contrário... “É paralisar”, avisou Rosiane da Silva.
Fonte e foto: portalaz
terça-feira, 13 de julho de 2010
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1 comentários:
Somos vítimas deste caos que está acontecendo, e é frustrante por ter a obrigação de abrir uma conta bancária para poder receber o salário e no entanto não recebemos e a conta está gerando débitos. Se fizemos um concurso na esperança de passar é almejando receber os vencimentos do mês já trabalhado para suprir necessidades pessoais, pois muitos tem famílias, pessoas que dependem deste dinheiro.
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